Se eu estivesse começando na área de implante zigomático hoje, quais informações eu gostaria de estar recebendo para diminuir minha curva de aprendizado?
Esse foi o questionamento que me fiz ao criar essa série de posts sobre como iniciar na fascinante área do tratamento das maxilas atróficas sem enxerto ósseo com implantes zigomáticos.
Se você ler todos os posts e achar que essas informações aqui escritas não te trouxeram mais clareza mental de como iniciar em implantes zigomáticos, me avise que eu irei deletá-los. A internet já possui “ruído digital” demais. Não quero ser apenas mais um “produzindo conteúdo”. Quero de fato contribuir.
Falar de implante zigomático não é fácil porque inicialmente precisamos quebrar todas as crenças e inverdades que foram sedimentadas na psique do cirurgião dentista ao longo da sua especialização em implantodontia. É como fazer uma reforma. Primeiro é necessário destruir para depois reconstruir.
Então, mãos a obra e boa leitura!
1. INTRODUÇÃO
Uma peculiaridade de cirurgia de implante zigomático é que não existe meio termo. Ou você faz ou não faz. Na implantodontia “não zigomática” existem margem para erros e, mesmo errando, você se mantém no jogo até dominar. Já implante zigomático, a maioria que tenta aprender acaba desistindo nas primeiras cirurgias. Por que?
Na hora da cirurgia, após a anestesia e descolamento mucoperiosteal total, é a hora de iniciar as perfurações para posterior instalação dos implantes zigomáticos. Nesse momento crucial do procedimento, o questionamento que domina totalmente a mente do cirurgião é: E aí, onde eu furo?
Nesse momento não interessa seus títulos acadêmicos, não interessa quantos artigos você publicou e não interessa o seu ego. Essa é a hora da verdade. É aqui que acaba a demagogia e se inicia uma clara distinção entre informação e conhecimento.
Leia todas as publicações sobre implante zigomático, faça revisões sistemáticas de literatura e você terá muita informação. Claro que essa informação também é importante. Mas não é suficiente. A sabedoria não está em acúmulo quantitativo de informação, mas sim qualitativo. O professor do futuro é um curador da informação útil. Saber as poucas informações essenciais que nos guiarão até as condutas práticas é a real sabedoria. É isso que nos leva ao resultado. E aí, onde eu furo?
Leia todas as técnicas de implante zigomático publicadas até então e perceberá que não existem respostas objetivas. A intuição do cirurgião tem sido o grande motor do procedimento. O grau de subjetividade é muito grande.
Mas, uma vez que você cruzou a arrebentação inicial da difícil curva de aprendizado da cirurgia de implante zigomático, como passar essas informações adiante? Como se ensina implante zigomático? Como se aprende implante zigomático? Onde eu furo?
Esse post não segue a norma. O foco será no aprendizado (você) e não no ensino (em mim). Quando o foco é no ensino o professor tende a priorizar a demonstração de conhecimento (volume de informação). Quando o foco é aprendizado, a prioridade é trazer a informação brutalmente aplicável e que irá trazer de fato valor e resultado para os alunos.
Por conta disso, eu não vou escrever na terceira pessoa como é praxe na escrita científica (os catedráticos extremistas que me perdoem), não vamos entrar nos preâmbulos da minucia dos cálculos estatísticos e não vamos discutir a nano biologia molecular da osseointegração. Existem várias obras que te fornecem essas informações, que com certeza também são importantes, mas.. onde eu furo?
A resposta está na tecnologia, no conhecimento cirúrgico, na objetividade e na capacidade de raciocínio prático.
Quando se fala em tecnologia muitos pensam em aquisições de caríssimos sistemas e utilização do último sistema navegado recém lançado. Isso também é um caminho. Mas não é o único.
E se houvesse uma forma de melhorar substancialmente nossa assertividade cirúrgica, diminuir nossa curva de aprendizado, termos referências objetivas para realizar as perfurações iniciais com segurança, sendo algo totalmente acessível a todo os cirurgiões de imediato, sem investir um centavo, não seria interessante?
Existem várias formas de aprender implantes zigomáticos. Vou te mostrar um caminho. É o melhor caminho? Não posso responder pois eu teria um viés. Então sugiro que entenda o método e depois tire suas próprias conclusões.
Esse post é para o cirurgião, para aquele que quer simplesmente sentar no mocho e realizar os procedimentos com maestria, com segurança.
Quando perguntares na hora da cirurgia, onde eu furo?
A resposta estará na palma de sua mão.
2. O "Mismatch" entre o que o paciente busca e o que o dentista oferece
O que os pacientes buscam?
O paciente está com uma prótese total superior extremamente instável e procura uma solução para o seu problema. O que ele busca, o que ele imagina, e o que é ofertado a ele?
Ele busca uma solução para o seu problema. Ele não busca uma cirurgia. Entenda, ele não é cirurgião, e, ao contrário de nós, ele não gosta de ver sangue, de procedimentos cirúrgico ou fotografias de implantes instalados.
Se existisse uma alternativa não cirúrgica e que resolvesse seu problema certamente optaria por isso. Mas ele já sabe que isso não existe. Já trocou de próteses várias vezes e até passou a utilizar cremes fixadores de dentaduras e nada resolve o problema como espera.
Como todos os pacientes hoje pesquisam sobre soluções na internet ele já sabe que, em tais circunstâncias, a única alternativa é o implante dentário. Já imagina e entende antecipadamente que passará por um procedimento cirúrgico. Apesar do medo, ele resolve encarar o tratamento, afinal, é só uma cirurgia e tudo estará resolvido. Terá sua vida de volta.
Então se prepara para fazer a avaliação com o seu dentista de confiança para encarar logo essa cirurgia e resolver de uma vez seu incômodo problema. Pesquisou sobre carga imediata e sabe que em poucos dias, ou até mesmo no mesmo dia, tudo poderá estar resolvido.
Após o exame clínico e tomográfico vem o diagnóstico. Não há osso suficiente para a instalação imediata dos implantes dentários. Estamos diante de mais um caso de maxila atrófica. Na cabeça do cirurgião não existem dúvidas e o método de tratamento é automaticamente selecionado. Assim como 2+2=4, maxila atrófica = enxerto ósseo.
O que é ofertado a ele então? Enxertia óssea. Não apenas 1 cirurgia, mas, no mínimo 3 cirurgias até a finalização do tratamento e mais de 1 ano de tratamento, dando tudo certo.
- Mas não se preocupe Sr. Paciente, eu tenho muitos títulos e sou um grande cirurgião. Vou te mostrar como sou capaz de reconstruir todo o seu maxilar, tenho muito experiência em cirurgia avançada de enxertia óssea e podemos retirar osso da sua bacia com anestesia geral e parafusar vários blocos de osso no seu maxilar, vai ser uma cirurgia incrível!
Após ficar mancando e não conseguir utilizar a sua dentadura por várias semanas, vamos agendar uma segunda cirurgia para instalar os implantes e depois de alguns meses vamos agendar a terceira cirurgia pra reabertura desses implantes e vamos iniciar a confecção dos seus sonhados dentes fixos.
A esse ponto, o que se passa na cabeça do paciente?
Medo, decepção e receio. A coragem inicial para a realização da uma cirurgia é esmagada pela notícia da necessidade de enxerto ósseo e, no mínimo, 3 cirurgias.
Eis o mismatch:
O paciente busca uma solução e imagina: 1 cirurgia simples e rápida.
O cirurgião oferta: 3 cirurgias, enxerto ósseo, semanas sem utilizar a dentadura, mais de 1 ano de tratamento.
- Existem alternativas Dr.?
- Existe sim! Temos várias alternativas de enxerto ósseo!
3. O problema da abordagem "Eu tenho um martelo"
Do ponto de vista jurídico, o paciente tem o direito de escolha dentre as várias opções de tratamento. O profissional sabe disso e o leque de opções algumas vezes é aberto ao paciente.
Mas, em se tratando de maxila atrófica, geralmente não são ofertadas várias possibilidades de tratamento, mas sim várias possibilidades de enxerto ósseo.
- Sr. Paciente, temos várias opões. Temos vários tipos de enxerto ósseo que podemos utilizar. Podemos optar por osso autógeno, alógeno, xenógeno ou aloplástico, mas não há nenhuma dúvida e nenhum método de tratamento exceto o enxerto ósseo!
Todos sabemos que o gold standard é o enxerto ósseo autógeno, porém a morbidade e a disponibilidade é uma limitação. Os biomateriais funcionam bem em seio maxilar, mas para uso em bloco ainda precisamos de mais evidências.
O osso alógeno, disponível em alguns países, não é desprovido de riscos(1,2). O processo de liofilização não elimina totalmente o potencial imunogênico e pode trazer problemas futuros ao paciente.
Independentemente do tipo de enxerto, o paciente sempre precisará passar por no mínimo 3 cirurgias e mais de 1 ano de tratamento.
Todos sabemos que o paciente tem o direito de saber de todas as alternativas de tratamento, mas, em se tratando de maxila atrófica não, parece que o enxerto ósseo tem sido apresentado com a única opção.
Por quê?
Essa é a mentalidade padrão. Um tipo de conduta que podemos dizer que é tratar maxila atrófica pensando dentro da caixa, seguindo o senso comum e omitindo importante informações sobre a possibilidade de tratamento de maxila atrófica SEM enxerto ósseo.
Para aqueles que tem um martelo na mão, todo problema é prego.
É muito comum termos duas classes de cirurgiões.
Os que odeiam implante zigomático e os que amam. É raro encontrar um meio termo.
Como é possível, de um lado alguns cirurgiões tendo resultados incríveis com implante zigomático, reabilitando maxilar atróficas sem enxerto ósseo e com carga imediata, a ponto de utilizam este técnica como rotina em sua prática clínica e, ao mesmo tempo, termos outro grupo de cirurgiões que simplesmente nem querem ouvir falar sobre esse tipo de implante?
Muitas vezes nem sequer cogitam essa possibilidade de tratamento com seus pacientes. Mas afinal, se ambos estão falando da mesma técnica, essa técnica é factível ou não? Apresenta previsibilidade ou não? Por que tanta divergência de opinião?
Do ponto de vista científico existe uma escala de níveis de evidência, onde a evidência mais baixa possível é o nível da opinião pessoal e o topo da pirâmide são os resultados de ensaios clínicos randomizados ou revisões sistemáticas e meta-análises de ensaios clínicos randomizados.
Sendo assim, se nosso objetivo é ofertar aos nossos pacientes uma prática clínica baseada em evidência, essas discussões e divergência de opiniões pessoais possuem baixíssimo nível de validade científica e jamais devem ser levadas em consideração em nossa tomada de decisão.
Quando partimos mais para o topo da pirâmide dos níveis de evidência, verificamos que existem sim inúmeros trabalhos científicos corroborando com a alta taxa de sucesso de técnicas de reabilitação sem enxerto ósseo (3-38).
Resumindo: o implante zigomático é uma técnica altamente previsível e promove uma substancial diminuição no tempo de tratamento e satisfação dos pacientes. Essa é a verdade científica que dispomos até a presente data.
Porém, caso você ou qualquer outro cirurgião ainda não tenha se convencido disso, saiba que isso é opinião pessoal sua e isso não tem validade científica.
No passado recente, o paciente dispunha somente da orientação profissional em relação ao conhecimento das possibilidades de tratamentos. Hoje não mais.
O mesmo artigo científico disponível para você também está disponível para o seu paciente.
Na atualidade é muito comum o paciente chegar no consultório extremamente bem orientado em relação a possibilidades de tratamento e com dúvidas técnicas extremamente avançadas.
Em se tratando de maxilas atróficas é cada vez mais comum os pacientes começarem a procurar por profissionais especializados em reabilitação total sem enxerto ósseo.
E você? Está preparado?
4. Grandes cirurgiões, cirurgias minimamente invasivas
Existe uma percepção coletiva que, no início da carreira, se aprende a implantodontia básica. Se instala o implante quando se tem uma favorável disponibilidade óssea e/ou gengival.
No nível da implantodontia básica, o foco está na aquisição de conhecimento básico, no desenvolvimento de habilidades cirúrgicas iniciais, ou seja, o foco está no aprendizado.
Porém nem sempre existe essa condição favorável e o profissional começa a se deparar com os casos mais complexos, com por exemplo, os casos de maxila atrófica.
Ele então se vê na necessidade de fazer um curso de cirurgia avançada, ou seja, precisa aprender a realizar também enxerto ósseo. Nesse nível, ele se sente superior na hierarquia, está no alto nível, ele é um cirurgião que faz enxertos.
Lembro-me bem o meu sentimento na minha residência em cirurgia buco-maxilo-facial quando fiz minha primeira reconstrução de maxila com enxerto de crista ilíaca. Me senti um grande cirurgião. Já para o paciente foi terrível. Um grande segmento da crista ilíaca foi removido (muito mais do que necessário para o enxerto na maxila).
Na alta hospitalar, o paciente não conseguia nem colocar a pé no chão de tanta dor que sentia na região do quadril. Teve que ir para casa de cadeira de roda. Apesar disso, meu ego de aspirante a grande cirurgião se inflou e eu adorava contar para outros colegas a grandiosidade da cirurgia realizada.
O ego só começou a desinflar quando o paciente foi progressivamente perdendo um a um os implantes realizados posteriormente. Enfim, nessa fase, é muito comum o foco ser no cirurgião, que afinal quer fazer grandes cirurgias.
O que acreditamos é que existe um nível acima desse patamar do cirurgião que faz enxerto ósseo. O mais alto nível seria o cirurgião que reabilita maxila atrófica sem enxerto ósseo.
A grande mudança acontece quando nosso foco muda desse foco no ensino ou no cirurgião e vai para o fico no paciente.
Passamos a buscar a resolução dos casos de forma mais previsível, menos traumática e o mais rápida possível. Este sim é o High level. É aí que o jogo vira e uma vez que você experimentou esse tipo de técnica e seus resultados, é impossível voltar atrás. Não tem mais como ignorar as técnicas sem enxerto ósseo.
Grandes cirurgiões, cirurgias menos invasivas
Menos é mais. E essa foi uma grande lição que eu aprendi durante meu Mestrado em Implantodontia na Universidade do Sagrado Coração em Baurú-SP.
Cheguei até o professor Carlos Eduardo Francischone com uma tomografia de maxila em mãos para mostrar meu planejamento e convence-lo de que poderíamos propor ao paciente enxerto de crista ilíaca. De forma assertiva, carinhosa e elegante ele responde:
- Vamos apenas inclinar 2 implantes na região posterior e colocar 2 implantes na região anterior e resolver logo o problema do paciente de forma simples, rápida e com anestesia local.
Naquele momento eu fui apresentado formalmente ao conceito que viria mudar radicalmente o rumo da minha prática clínica - o Conceito All-on-4. Reabilitamos o paciente com carga imediata e, a partir dali minha visão de maxila atrófica nunca mais foi a mesma.
Para sedimentar ainda mais esta visão, o Dr. Paulo Maló estava defendendo sua tese de doutorado naquela instituição e tive oportunidade de assistir presencialmente as quase 5 horas de apresentação e arguições da banca.
Minha prática se rendeu a simplicidade e sofisticação da reabilitação de maxila atrófica sem enxerto ósseo e hoje tenho isso como minha principal atuação profissional.
Sabendo dessas possibilidades de tratamento será que o paciente optaria por enxerto ósseo? Mas, e a longo prazo, o resultado é o mesmo?
Existem trabalho de acompanhamento de longo prazo 9 a 14 anos e mostra uma sobrevida de 90% para implantes em maxila reconstruída com enxerto ósseo(39). Nada ruim, mas vamos pensar no ponto de vista do paciente.
Se eu falasse pra ele que existe uma possibilidade de resolver o problema dele com carga imediata e com uma possibilidade de sucesso de 95% a longo prazo o que será que ele iria optar?
"Se a mãe natureza nos presenteou com um tipo de osso denso que nos proporciona uma ótima ancoragem, por que os buscar em outros sítios por métodos mais invasivos?"
Per-Ingvar Brånemark
O foco no paciente nos faz pensar invariavelmente em Técnicas Sem Enxerto Ósseo. Além dos benefícios citados, essa filosofia de tratamento nos traz um outro efeito colateral positivo em nossa prática: passamos a ter um enorme diferencial dos concorrentes.
O cirurgião dentista que aprende a reabilitar maxilas atróficas sem enxerto ósseo rapidamente passa a ser referência em sua cidade e região. Com o passar do tempo, é provável que recebe paciente de vários estados ou até de outros países para serem reabilitados. Foi exatamente isso que aconteceu conosco.
Entenda que: todo cirurgião que domina implante zigomático também dominado enxerto ósseo, mas nem todos que fazem enxerto ósseo dominam implante zigomático. De qual grupo você quer fazer parte?
O primeiro passo para aprendermos essa filosofia de tratamento é nos desvencilharmos dos velhos paradigmas nos quais fomos expostos ao longo na nossa jornada profissional. É exatamente isso que veremos no próximo post.
REFERÊNCIAS
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Deixe nos comentários abaixo sua opinião e suas experiências com implantes zigomáticos e nos vemos no próximo post.
Fernando Giovanella
Especialista em Cirurgia e Traumatologia Buco-maxilo-facial
Mestre em Implantodontia
CRO 8237